Como foram as férias?
Espero que todos tenham aproveitado ao máximo, e desejo um novo ano muito feliz.
Se você foi escoteiro "das antigas" é possível que saiba o significava a expressão stalking.
Eram técnicas de aproximação, semelhantes ao que os caçadores usavam para poderem aproximar-se e abaterem seus alvos.
Ou ainda, a prática ou a habilidade de conseguir aproximar-se de um objetivo sem ser notado, para dele obter o maior número de informações possíveis.
Starkers eram os espiões tradicionais do início do século passado, que usavam uma série de artifícios e técnicas para infiltrarem-se no campo inimigo e obterem informações.
O filme Operação Valquiria mostra um pouco disso.
A internet e o fato de as pessoas, as coisas e o mundo estarem conectados e on-line abriu movas possibilidades para esta atividade, cunhando a expressão cyberstalking.
E para esquentar ainda mais a mistura, constata-se o fato de que as pessoas se expõem voluntariamente no mundo digital a níveis muito altos.
Por algumas vezes aqui no blog nós já falamos disso.
Já sugerimos que você adquira o hábito de procurar por você mesmo na web para ver o que qualquer um poderia encontrar e avaliar o risco que estes dados e informações representam para você mesmo.
Com certa frequência algumas pessoas me perguntam se realmente é possível ser rastreado pela web.
SIM.
É possível.
E não precisa ser nenhum especialista para conseguir um monte de informação sobre pessoas.
Quer um exemplo prático? (os nomes foram trocados por razões óbvias)
Você conhece a "Olivia Soames"?
que ela é casada (união estável) com Renan Ikoa, que conheceu em 2006;
mora em Santa Barbara D'Oeste (interior de São Paulo);
completou 25 anos no último dia 19;
fez o ensino médio no Colégio Antares, e formou-se em turismo pela UNIMEP em 2008 (aprovada em 21 no vestibular);
gosta de cozinhar, do U2, de Alanis Mirrissette, e Dave Matthews;
tem uma irmã chamada Jaqueline;
tem uma cocker spainel marrom chamada Dzara;
faz curso de inglês na Michigan;
em 2008 passou 1 mês na cidade de Rosario (Argentina);
em 02/11/2012 esteve no zoológico de Americana (SP);
em 23/04/2011 esteve com o Renan em Alto Paraíso (GO);
em 14/11/2010 no Rio de Janeiro; em 15/02/2010 em Ouro Preto (MG)
encontrei o endereço dela;
encontrei o RG e CPF, e descobri que ela nunca fez declaração de IR;
encontrei o e-mail dela;
encontrei o telefone fixo e celular dela.
Será que não é informação demais exposta?
E se a gente pesquisar sobre você? sua namorada? seu filho?
Daria pra ficar falando um tempão sobre ações para evitar a auto-exposição, evitar o cyberstalking, e outros problemas.
Resolvi deixar somente 3 dicas, e desafio os leitores a contribuir com outras nos comentários.
1 - Localização nas fotos - celulares e câmeras modernos possuem a funcionalidade de adicionar nos arquivos das fotos a sua localização geográfica de latitude e longitude, e com base nisso é possível saber exatamente onde a foto foi feita.
Cuidado com isso!
Por padrão deixe esta funcionalidade desabilitada, e use-a somente quando realmente for precisar dela.
2 - Localização nas mídias sociais - fazer check-in nos lugares por onde se anda virou moda também.
Realmente é necessário publicar toda esta informação?
Vale a pena compartilhar sua localização no Facebook ou Twitter?
3 - Ausência temporária - Este é outro recurso que se for mau usado pode revelar informações sensíveis.
"Estou em férias e volto dia 20/02" significa que provavelmente não tem ninguém na sua casa neste período.
Tem muita gente que manda SPAM vazio só pra pegar de volta as mensagens de ausência temporária.
Cuidado!
Até o próximo!