quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

e-kids

Olá pessoal!
Uma das propostas centrais deste espaço é discutir temas que possam ser levados para discussão doméstica, ou seja, que motivem as pessoas a falar sobre eles com seus familiares.
Reconheço que cada vez menos este tipo de diálogo acontece, mas... vamos deixar a sociologia para os sociólogos.

Estava lendo alguns documentos e discutindo com outros colegas, e surgiram alguns números que me parecem importantes.
33% das crianças (de 0 a 11 anos) já realizaram compras virtuais, e 24% delas o fez sem consentimento dos pais.
Por outro lado, apenas 17% dos pais admitem a ideia de que seus filhos fazem isso.
88% dos adolescentes (de 12 a 18 anos) já presenciaram alguma forma de crueldade na internet, e 21% confessaram já ter humilhado alguém em redes sociais.
39% das crianças acessa a internet sozinhos, ou seja, sem nenhum tipo de supervisão, e 21% têm o computador à disposição no próprio quarto.
21% dos pais não exerce absolutamente nenhum controle sobre o acesso à internet dos filhos, e 34% usa apenas o limite de tempo como controle ("só pode 2h por dia heim!").

O risco deste cenário já é enorme, mas se aliarmos a isso o fato de que muitos pais são simplesmente desconectados, não fazem a menor ideia do que sejam redes sociais, facebook, Orkut, Sonico, MySpace, Via6, Multiply, Twitter, Hi5, Habbo, Ning, Flixster, Linkedin, Tagged, Classmates, etc.

É claro que criança conectada não é de todo ruim. Basta olharmos todas as mudanças pelas quais passou e está passando a internet, fruto, em boa parte, da pressão, atuação, criatividade e presença da chamada "geração Y".
Mas não podemos nos esquecer que o papel educacional ainda é, em última instância, dos pais.

Normalmente, quando nossos filhos saem queremos saber com quem vão e onde vão, e quando retornam procuramos saber de novo onde foram e com quem estiveram. Muitas vezes nós mesmos os levamos e buscamos em festas ou na casa de colegas. Mas este tipo de cuidado ou preocupação parece desaparecer quando o meio de relacionamento em que nossos filhos estão inseridos é virtual.
Parece que os pais não reconhecem o risco e acabam confiando.
Este excesso de confiança reflete desconhecimento.
Arrisco afirmar que atualmente, em alguns contextos sociais, nossos filhos estão mais vulneráveis às ameaças virtuais do que àquelas mais tradicionais (para não usar a palavra real, visto que as ameaças virtuais são efetivamente reais).

Vamos dar espaço para a discussão nos comentários e finalizar com algumas dicas práticas.
1) Conecte-se - fique amigo de seus filhos nas redes sociais, adicione-os em seus contatos de MSN, siga-os no twetter, etc.
2) Ferramentas - O Windows Vista e Windows 7 disponibilizam no painel de controle o "Controle de Pais", que uma vez ativado, permite controlar tempo de uso, permitir e bloquear programas, controlar a navegação com base na classificação atribuída aos sites (como conteúdo adulto, drogas, violência, etc). Este site oferece mais informações. A Blue Coat oferece (grátis) a ferramenta K9, que é um filtro de acesso à web, possibilitando um controle bastante eficaz da navegação, com base em mais de 70 categorias de sites, limite de tempo, emissão de relatórios de acesso, etc. e funciona em Windows, Mac, IPhone e IPad. A Google também oferece algumas ferramentas que podem ser vistas aqui. O navegador Firefox também disponibiliza vários plugins que contém funcionalidade com este foco como o LinkExtend, FoxFilter, CloudACL, e outros. Existe ainda o Norton Family, e outras alternativas. Familiarize-se com eles e utilize-os.
3) Observe - Deixe o computador em lugar público da casa, de livre circulação, e de vez em quando olhe o que as crianças estão fazendo.
4) Investigue - Faça pesquisas pelo nome de seus filhos e analise onde eles aparecem. Pesquise imagens também. Existem ferramentas que alertam sobre a incidência de um texto na internet, o Gmail tem um chamado Google Alert, familiarize-se e utilize.
5) NUNCA esqueça de cuidar do antivírus. Crianças tendem a ser mais descuidadas ou despreocupadas em alguns casos.
6) Existem sites de busca específicos para crianças como o google-kids.com e o kuggi.com.br. Configure para que estes sejam os buscadores padrão.

Uma última e importante dica é: Tenha em mente que é impossível proibir. As crianças vão acessar a internet de alguma forma. Isso é natural nos dias de hoje. Procure fazer educação e não repressão. Perceba as falhas e use-as como oportunidades para mostrar o certo e o errado, fazendo com que eles entendam e reconheçam os riscos.

É isso. Até o próximo!

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